“Pequena coreografia do adeus”, livro de Aline Bei, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura com O peso do pássaro morto – constrói um retrato tão sensível quanto brutal sobre família, amor e abandono
Dividia em três partes, a protagonista Júlia Terra narra sua trajetória desde a infância difícil à fase adulta. Dividida, tal como um pêndulo entre sua mãe, Dona Vera, mulher feroz e controladora, e o pai, Sérgio, dócil, porém, distante.
A obra que tem em sua característica, romance de formação, marcado pela oralidade, traz a narrativa em primeira pessoa, um formato híbrido que permeia entre prosa e poesia. Ora somos apresentados em uma narrativa linear, ora fragmentada por versos tradicionais em poemas, até mesmo, com formato que consiste em abaixar o tom de voz da narração.
Um livro que narra a vida de Júlia através das lembranças que insiste em lhe perseguir por conta de sua conturbada infância, o leitor é levado a conhecer o comportamento violento em que sofria pelas dores da mãe que, por conta das frustrações, descontava na filha, acarretando assim uma infância traumática e isolada até a adolescência onde segue a trajetória amarga e conturbada.
“no fundo minha mãe era uma flor
que sangrou por ser idealista
por isso se fechou
em aço
se abria apenas quando o Sono era quem comandava o seu espírito.”
Quando adulta, toma decisões que a faz se libertar das grades no qual a vida toda a aprisionou através de sua família disfuncional, contudo, os traumas de uma vida aterrorizada, a mantém no mesmo local de desprestígio ante as oportunidades que a vida lhe oferece.
“Pequena coreografia do adeus” é um livro delicado, de difícil digestão inicial, porém, durante a narrativa, impossível não se envolver com a personagem Júlia Terra que se distancia das adversidades mantendo-se determinada a passar pelas dificuldades que a vida lhe impôs.
Inegavelmente, o desfecho mexe com as lágrimas do leitor pela forma que Júlia se vê diante de sua mãe opressora, Dona Vera, e os acontecimentos que ocorrem com seu pai, Sérgio. Um livro reflexivo; necessário.
Indicado pela coordenadora Aline Assone, da Lura Editorial, foi uma grande descoberta em ler essa obra que sem dúvida, recomendo!
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“Pequena coreografia do adeus”, livro de Aline Bei, publicado pela Companhia das Letras, está disponível com preço promocional no site da Amazon:
Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares.
Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis.
Escrito com a prosa original que fez de Aline Bei uma das grandes revelações da literatura brasileira contemporânea, Pequena coreografia do adeus é um romance emocionante que mostra como nossas relações moldam quem somos.
Seja um fabricante de oportunidades
Seja um fabricante de oportunidades, publicado pela Editora Gente, é mais do que um livro, é uma jornada de autoconhecimento e transformação.
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DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.