Inteligente, empolgante e rico em detalhes, “Como se fôssemos vilões” é uma história sobre o poder duradouro das palavras.
“Como se fôssemos vilões” escrito por M. L. Rio, publicado pela Naci, selo Young Adult da Editora Nacional, é um livro que mergulha nas profundezas da alma humana, explorando a dualidade inerente ao ser humano. Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, a autora, que cursou mestrado em Estudos Shakespearianos, nos leva a refletir sobre o que nos define como heróis ou vilões.
Com uma trama gira em torno de um grupo de estudantes de teatro da Universidade Dellecher, especializada em Shakespeare. A história é contada através dos olhos de Oliver Marks, um dos integrantes mais talentosos do grupo e narrador da história. O enredo se desenrola em dois períodos distintos: o passado, quando os personagens eram estudantes, e o presente, após dez anos do trágico evento que marcou suas vidas.
A escrita de M. L. Rio é habilidosa, com uma prosa elegante e rica em detalhes. A autora utiliza a obra de Shakespeare como pano de fundo, referenciando suas peças e personagens para explorar temas como traição, amor, amizade e vingança. Essa conexão com a literatura clássica adiciona uma camada extra de profundidade ao enredo, oferecendo uma reflexão sobre a natureza humana e as diferentes facetas que cada personagem apresenta.
“Qual de nós poderia dizer que sofremos mais pecados do que cometemos? Éramos manipulados com tanta facilidade – a desconexão nos fez de obra-prima.”
Os personagens de “Como se fôssemos vilões” são complexos e bem desenvolvidos. Cada um tem suas motivações e segredos, o que mantém o leitor constantemente intrigado. Oliver, o protagonista e narrador, é um personagem fascinante, com uma voz autêntica e cheia de nuances. Ele carrega um peso emocional ao longo da história, e sua jornada pessoal é uma das peças-chave para entender os eventos que se desenrolam.
Os demais personagens protagonistas que compõem a obra, Ricard, Meredith, Wren e Alexander, tem suas personalidades e características únicas, sem semelhanças, tornando a obra fidedigna.
“Ricard era puro poder, um metro e noventa de concreto esculpido, com olhos pretos afiados e uma voz profunda eletrizante que abafa qualquer outro som na sala. Meredith era excepcionalmente propensa para a sedução, um sonho carnal de curvas viçosas e pele acetinada. Wren era a ingênua, a mocinha comum, uma coisinha magricela de cabelos cor de palha, e os olhos redondos de uma boneca de porcelana. Alexander era nosso eterno vilão, magro, esguio, com longos cachos escuros e caninos pontudos que o faziam parecer um vampiro quando sorria.”
Inegavelmente a estrutura narrativa é habilmente construída, alternando entre passado e presente, revelando gradualmente os eventos que levaram ao desenlace trágico. Essa alternância mantém o ritmo da história, mantendo o leitor ávido por mais informações. Além disso, a autora M. L. Rio, lida habilmente com o suspense, construindo tensão e revelando reviravoltas surpreendentes.
Em suma, uma das maiores conquistas de “Como se fôssemos vilões” é sua exploração da dualidade humana. A obra desafia a ideia convencional de heróis e vilões, mostrando como esses papéis podem se misturar e se transformar em situações extremas. Através dos conflitos e dilemas dos personagens, somos levados a questionar nossa própria natureza e moralidade.
“Como se fôssemos vilões” é uma obra literária notável e envolvente, que nos desafia a examinar a complexidade da natureza humana. Com uma narrativa habilidosa, personagens bem construídos e uma reflexão profunda sobre moralidade e identidade, M. L. Rio entrega uma história inesquecível que cativa desde a primeira página.
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Oliver Marks acabou de cumprir uma pena de dez anos na prisão por um assassinato que pode ou não ter cometido. No dia de sua soltura, ele é procurado pelo homem que foi responsável por prendê-lo. O detetive Colborne está para se aposentar, mas, antes disso, quer saber o que realmente aconteceu uma década atrás.
Sete jovens atores estudam Shakespeare em uma faculdade de artes de excelência, Oliver e seus amigos interpretam os mesmos papéis tanto no palco quanto na vida real: herói, vilão, tirano, sedutora, donzela, figurantes, mas, quando a escolha de elenco muda e os personagens secundários roubam o lugar das estrelas, as peças de teatro começam a mergulhar perigosamente na realidade, e um dos amigos é encontrado morto. O restante então enfrenta o maior desafio teatral de suas vidas: convencer a polícia (e uns aos outros) de que são inocentes.
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Assista à descrição da sinopse do livro “Como se fossemos vilões, no YouTube:
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DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.