Upstate”, escrito pelo crítico literário, James Wood, publicado pela Editora SESI-SP, traz em sua narrativa os conflitos entre um pai e suas duas filhas já adultas e seus dramas familiares.

Alan Querry é um investidor imobiliário atuando em sociedade no da Inglaterra e teve suas filhas como responsabilidade por tempo integral  — após a esposa abandoná-lo por outro homem e posteriormente faleceu –, e se viu com toda a carga sobre si, porém, nunca atribuiu a culpa por nada em sua criação. No entanto, todo sua forma de cuidar de suas filhas, sem mãe ao lado, as moldaram com sua personalidade.

Todavia, a trama é narrada em 2018, quando as filhas, já estão adultas, onde Helen, a filha mais nova, é casada, tem dois filhos, executiva de uma grande gravadora. Vanessa, a mais velha, sofre com depressão por conta da perda da mãe, e professora de filosofia nos Estados Unidos, em que, ao lado de Josh, jornalista freelance, dez anos mais jovem, vive em Saratoga Springs.

E após uma vigem para Upstate, cidade ao norte de Nova York, Josh, enviou um e-mail informando que Vanessa teve uma crise forte de depressão o que fez Alan Querry ir com a filha mais nova, Helen, se encontrar na casa de Vanessa, em pleno inverno rigoroso, o que exige que ambos fiquem em casa.

A partir desse ponto, a obra ganha fôlego na narrativa ao se verem confinados com seus dilemas e mágoas passadas. Tudo o que não disseram, discutiram ou ocultaram, é colocado em cima da mesa. Uma forma que o destino encontrou em reunir a família que seguia separada e desastrada pelos acontecimentos que permearam sobre todos eles.

Inegavelmente, o livro apresenta reflexões sem grandes diálogos, mas sim, uma narrativa introspectiva na vida de cada personagem que permeia a obra, que leva a pontos desconfortáveis entre pai e filhas. Impossível não se identificar com a realidade de cada leitor e seus conflitos familiares, presentes em todas as famílias.

“A primavera ainda estava longe, mas ele já conseguia imaginá-la na paisagem agora à sua frente: as planuras de gelo sólido, abrindo-se em rachaduras, se fragmentariam; a neve redundante, amontoada contra as laterais dos prédios, derreteria para escorrer pelas sarjetas, deixando apenas o sal e saibro nas perigosas calçadas.”

Upstate” é uma obra que prende o leitor através da narrativa silenciosa sem diálogos demasiados, se prendendo no conflito que se passa na cabeça de cada membro familiar, ressaltando as reflexões prolongadas de Querry, sobre sua vida conflituosa, seu passado, sua vida.

Um livro para quem deseja aprofundar em tramas envoltos em conflitos familiares, provocando a percepção dramática que muito nos instiga: toda semelhança é mera coincidência.

Upstate”,  publicado pela Editora SESI-SP, está disponível no site da Amazon:

Upstate

Alan Querry, um investidor imobiliário bem-sucedido do norte da Inglaterra, tem duas filhas: Vanessa, uma filósofa que vive e leciona em Saratoga Springs, NY, e Helen, executiva de uma gravadora com sede em Londres. As irmãs nunca se recuperaram do divórcio amargo dos pais e da morte precoce da mãe — particularmente com Vanessa, que desde a adolescência era atormentada por crises de depressão. Quando sofre uma nova crise, Alan e Helen viajam para Saratoga Springs.

Ao longo de seis dias de inverno no norte de Nova York, a família Querry começa a enfrentar os problemas que impulsionam este romance profundo e penetrante. Porque algumas pessoas consideram a vida muito mais difícil do que outras? A felicidade é uma habilidade que pode ser desenvolvida, ou é um feliz acaso do nascimento? A reflexão é útil à felicidade, ou dificulta a sua conquista? Se, como diz o filósofo favorito de Vanessa, “o único empreendimento sério é viver”, como devemos viver?

Com uma visão humana rica e sutil, repleto de retratos pungentes e muitas vezes engraçados, vívido e com um senso de lugar, Upstate é um romance perspicaz e intensamente comovente.

Conheça o escritor inglês, James Wood,  conhecido por seu trabalho como crítico literário em publicações como o jornal britânico “The Guardian” e a revista norte-americana “New Yorker”, tendo sido o ganhador em 2009 do National Magazine Award por resenha e crítica:

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