Onde estão as flores, publicado pela Editora Buzz,  escrito por Ilko Minev — autor búlgaro que vive há mais de 40 anos no Brasil e se considera brasileiro nativo —, narra a longa e duradoura vida de Licco, Hazan, búlgaro, nascido na cidade de Sofia e, por conta da Segunda Guerra Mundial, conseguiu asilo no Brasil, mais especificamente, no norte da região amazônica.

Sua trajetória desde o nascimento em 5 de março de 1920, na capital da Bulgária, Sofia, é marcada por grandes conflitos e guerras, tal como a concorrência por territórios da Macedônia e da Trácia Ocidental, deu origem a vários conflitos entre Sérvia, Montenegro, Turquia, Grécia e claro, a Bulgária, esquecendo as desavenças, em 1912, os países da Península Balcânica, se uniram contra o Império Otomano, onde estou a guerra dos Balcãs, onde a Bulgária se manteve vitoriosa. Em 1914, se aliou à Alemanha e Áustria-Hungria e se lançou à Primeira Guerra Mundial. Poucos anos depois, em 1939 eclodiu a Segunda Guerra Mundial, o pior e mais sangrento conflito que o mundo conheceu, liderado pelo nazista, Adolf Hitler.

Judeu, Licco seguia a tradição que lhe foi instituído e aos treze anos já havia aprendido a conhecer a arte da oficina com seu avô Elia, tornando-se um mecânico requisitados pelos ricos proprietários de automóveis.

Em 1938, aos 18 anos e seu irmão David, 16, foram enviados para o campo de concentração, onde mais de 70 milhões de pessoas, em sua grande maioria, judeus, pereceram de maneira brutal nos campos de batalha. Em 1941, a Bulgária se aliou ao Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão, e entrou de vez na guerra. Para os judeus, tal como Licco, o inferno estava apenas começando.

 “Da noite para o dia, perdemos os direitos de propriedade e as liberdades individuais. Fomos obrigados a andar com a estrela de Davi amarela, assim o restante da população saberia éramos judeus.”

No campo de concentração, após dois anos, foi enviado para Sofia e de lá para Istambul de trem, por ser mecânico onde resolver questões dos automóveis, contudo, foi enviado para o Brasil onde no ainda em Istambul na Turquia, país que se divide entre a Europa e a Ásia, conheceu Berta, que se apaixonou e se manteve casado até o fim de sua vida, e da relação foi abençoado por dois filhos, Sara e Daniel.

No Brasil, em Belém, conheceu a cultura local, conseguiu trabalho em uma oficina de aviões. Agora era mecânico de aeronaves. Conheceu o garimpo, o ciclo da borracha e se estabeleceu no norte do país.

A obra Onde estão as flores, faz referência a dois outros títulos do autor, “Nas pegadas da Alemoa” e “A filha dos rios”, ambos publicados pela Editora Buzz, que devem ser lidos para complementar a narrada das pessoas que tem uma ligação forte na vida de Licco.

 Onde estão as flores, é um livro digno de ser vencedor do Prêmio Jabuti, por conta de sua narrativa, ora densa por conta das adversidades sofridas por Licco, ora leve, por causa da beleza em suas palavras, tal como a citação a seguir:

 “O mundo é um lugar perigoso de se vier, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”

Altamente recomendado!

Onde estão as flores, publicado pela Editora Buzz, está em promoção na Amazon:

Onde estão as flores

Licco Razan é um velho vivido que quer contar a sua história para que a família entenda toda uma trajetória que começou na distante Bulgária, passou pela Turquia e foi se enraizar na Amazônia. Minev, um imigrante que foi exilado político na Bélgica, antes de vir para o Brasil e sentiu na pele a ação terrível de um regime totalitário e as dificuldades de fazer sua uma terra com hábitos e costumes tão diferentes, utiliza-se de uma mistura elementos históricos com uma narrativa muito rica e fluida para criar Onde estão as flores?

Está é uma leitura traça um panorama histórico da Europa, contando o até então inédito salvamento dos 50 mil judeus búlgaros, dando detalhes do fluxo migratório dos judeus para a pouco habitada Região Norte do país, e defendendo sem fazer ideologismo um mundo sem guerras. Seu título é inspirado na canção “Where have all the flowers gone?”, eternizada por Marlene Dietrich e que virou uma espécie de hino contra as guerras.

Assista o vídeo em que Ilko Minev, fala sobre o livro Onde estão as flores:

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