O homem que sabia javanês: proporciona uma experiência visual envolvente e cativante
O Homem que Sabia Javanês, uma das obras mais emblemáticas do renomado autor brasileiro Lima Barreto, ganha uma nova vida através das habilidosas mãos do ilustrador Caeto, nesta edição publicada pela Editora Peirópolis.
A história narra as desventuras de Castelo, um modesto funcionário público, cuja vida é subitamente transformada quando ele começa a afirmar que sabe javanês. Este suposto conhecimento exótico o torna objeto de curiosidade e admiração, mas também desencadeia uma série de eventos que revelam as complexidades da sociedade carioca do início do século XX. O conto, originalmente escrito por Lima Barreto, é uma crítica afiada às pretensões e à falsa erudição que permeiam a sociedade da época.
Caeto, com sua maestria artística, consegue capturar a atmosfera do Rio de Janeiro no início do século XX, recriando cenários, personagens e vestimentas com riqueza de detalhes. Seu traço, ao mesmo tempo, expressivo e sutil, adiciona camadas à narrativa, enriquecendo a experiência do leitor e oferecendo uma interpretação visual única do universo de Lima Barreto.
A escolha da Editora Peirópolis em trazer essa obra para os quadrinhos é louvável, pois proporciona um acesso mais amplo e acessível a um clássico da literatura brasileira. A linguagem gráfica, aliada ao texto original, torna a narrativa mais dinâmica e atrativa, conquistando tanto leitores familiarizados com o conto quanto aqueles que estão sendo apresentados pela primeira vez à obra de Lima Barreto.
Além da trama principal, o quadrinho também oferece um espaço valioso para reflexão sobre questões sociais, culturais e linguísticas, temas que continuam relevantes mesmo após mais de um século da publicação original.
O Homem que Sabia Javanês, nesta adaptação primorosa, transcende as barreiras do tempo e mantém-se como uma obra atemporal que incita a reflexão sobre a natureza humana e as complexidades de uma sociedade em transformação.
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Um dos mais conhecidos contos do autor brasileiro Lima Barreto (1881 – 1922) ganha a sua versão em quadrinhos pelas mãos de Caeto.
Publicado originalmente em um jornal carioca, em 1911, O homem que sabia javanês narra em primeira pessoa as aventuras do jovem Castelo recém-chegado à capital brasileira, durante a República Velha.
Sem muito apreço pelo trabalho, o rapaz vive deixando dívidas pelas pensões em que se hospeda, até se deparar com um anúncio publicado no Jornal do Commercio: certo Barão procura por um professor de javanês. Mesmo sem conhecer a língua falada em terras muito distantes, Castelo candidata-se à vaga.
Observador sagaz do mundo à sua volta, Lima Barreto não economiza no humor e no sarcasmo ao apresentar a história do farsante professor, expondo, sem condescendências, uma sociedade que valorizava as aparências em oposição ao verdadeiro conhecimento.
Em diálogo muito afinado com o autor pré-modernista, Caeto consegue representar a ironia contida no texto e retratar a paisagem urbana do Rio de Janeiro, os personagens e os costumes do início do século XX, contribuindo para que possamos entrar, ainda mais, no clima da história.
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DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.