“Meu corpo“, escrito pela modelo e atriz, Emily Ratajkowsky, publicado pela Editora Buzz, traz ensaios autobiográficos da modelo desde o início de carreira, passando pelas polêmicas até os dias de hoje.

Um copilado contendo doze ensaios sobre sua própria vida, carreira regada a altos e baixos, conquistas e desilusões, a atriz não poupa autocrítica ao ser questionada sobre álcool, drogas e desatenção em expor seu corpo.

Óbvio que como modelo, sua profissão é de expor seu corpo, pois, é através deles que os profissionais que trabalham com moda, o utilizam para apresentar ao público, a próxima moda que vai estampar as vitrines. Ou ainda, mostrar a make recém-lançada e usar seu rosto, boca, cabelo, olhos, cabelos, para evidenciar ainda mais a marca.

Em um dos jobs, Emily foi indica a ser fotografada em Woodstock, pelo fotógrafo Jonathan Leder, um dos mais requisitados pelas celebridades. A sessão seria no estúdio-casa onde ele mantinha armazenado fotografias de modelos nuas; uma espécie de amuleto. Porém, algo que aconteceria com ela, a deixaria em pânico, quando ele pediu para ela ficar nua:

“Eu já tinha sido fotografado sem roupa algumas vezes antes, sempre por homens. Vários fotógrafos e agentes tinham me dito que o meu corpo era uma das coisas que me destacavam entre outras modelos. Meu corpo parecia um superpoder. Mas ainda assim, no momento em que soltei minhas roupas no chão, uma parte de mim se dissociou.”

Após a sessão, ela, alta pelo excesso de vinho servido por Jonathan, não se lembrava de muitos detalhes, apenas de estar escuro e um muitos flashs que mudavam sua percepção de local e tempo. Até que sentiu algo dentro de si que a despertou de seu transe:

“Não me lembro de termos nos beijados, mas me lembro dos dedos dele de repente dentro de mim. Cada vez mais forte e mais forte e empurrando e empurrando como se ninguém tivesse me tocado antes ou tivesse me tocado desde então. Eu poderia sentir minha forma e os sulcos, e doeu muito, mesmo. Eu levei a mão instintivamente até o pulso dele e tirei os dedos dele em mim com força. Não disse uma palavra. Ele se levantou abruptamente e correu em silêncio escada acima para o escuro.”

Emily nunca disse esse fato para ninguém. Guardou para si.

Anos depois, uma editora entrou em contanto falando sobre o livro. Embora ela não saberia o que se tratava, exceto da obra de David Fincher, “A Garota Exemplar”, que ela havia atuado ao lado do astro de Hollywood, Bem Afleck, não sabia sobre livro de sua autoria. Mas ali estava o livro que Jonathan publicara, utilizando fotos em posições vulgares que ela jamais teria aprovado para comercialização. Sua imagem estaria abalada pelo público e crítica.

Em suma, é um livro que relata através de sua narrativa sem rodeios o que acontece através das passarelas de moda: a realidade das modelos que se sujeitam a desafios extremos por conta de fama e ter seu corpo como objeto de desejo e referência no mundo inteiro.

“Meu corpo”, vai além da narrativa de uma obra autobiográfica, é um livro ensaístico que a modelo e atriz, Emily Ratajkowski, bota a boca no trombone, fala de seu universo badalado que é por vezes, solitário e caótico, porém, sempre sem perder a pose.

“Meu corpo“, escrito por  Emily Ratajkowsky, publicado pela Buzz, está em promoção na Amazon:

Emily Ratajkowski é modelo, atriz, ativista, empreendedora, fenômeno global nas mídias sociais e agora é também escritora.

Lançada à fama da noite para o dia aos 21 anos, após sua participação no videoclipe de “Blurred Lines”, música composta e interpretada por Robin Thicke, Pharrell e TI, Emily arrancou elogios, mas o modo como ela e as outras modelos foram objetificadas se tornou alvo de julgamento pelo público.

O amadurecimento das opiniões de Ratajkowski sobre a cultura de mercantilização das mulheres como objeto é um dos temas de Meu corpo. A partir de algumas experiências pessoais traumáticas que viveu quando adolescente e no início de sua vida adulta — homens que a decepcionaram, ofenderam, humilharam, amaram e objetificaram —, nestes ensaios, Emily nos faz refletir sobre o que é a beleza feminina na atualidade, quais são os fetiches, as obsessões no que diz respeito ao corpo, a dinâmica cruel do mundo da moda e do cinema, o feminismo e a fronteira nebulosa entre consentimento e abuso que muitos homens ainda insistem em ignorar.”

Emily Ratajkowsky, fala sobre seu livro “Meu corpo”, no “The Drew Barrymore Show, disponível no YouTube: