“Memórias de um freixo”, escritor por Kun-woong Park, apresenta uma pequena parte esquecida na história da Coreia do Sul, revelado nas páginas da belíssima graphic novel publicado pela Editora Conrad.
Naturalmente os quadrinhos surgiram para entreter, conhecer heróis que nos encanta por sua bravura, ou até mesmo, fazer rir de personagens icônicos e divertidos. Nesta hq, não é assim. Apenas morte.
A graphic novel narrada por um freixo, uma árvore de solos frescos e profundos, de porte médio, que pode atingir cerca de 25 metros de altura, porém, ainda jovem, localizada num vale junto a demais outras árvores companheiras que assistiriam o maior massacre da Guerra da Coreia, em meados da década de 50, onde as autoridades sul-coreanas eliminaram milhares de civis, oponentes políticos declarados ou simples simpatizantes, por medo do contágio comunista.
Toda a narrativa contada de uma forma delicada e sensível pelo freixo que ainda tinha estatura baixa sobre os acontecimentos que preencheram o vale onde habitava. Não narrou o que aconteceu antes, apenas o massacre, realizado pelo exército e pela polícia sul-coreanos.
Eliminados em três lotes, os civis mortos eram jogados em uma vala amontoados um sobre o outro, que chegavam arramados em amares farpados cortando lhe os pulsos ou os tornozelos. Tal como objetos descartáveis, eram empurrados pelos soldados, forçando mais ainda a entrada do arame em suas carnes enquanto eram executados com tiros a queima-roupa. Um seguido do outro.
“Memórias de um freixo”, é uma graphic novel bela por conta da narrativa imagética, dramática por seu conteúdo, sensível pela sutileza da jovem árvore que narra surpreendida pela crueldade do ser humano que tirou a vida de mais de 200 mil civis, pelo simples desejo político. Um episódio cruelmente apagado na história oficial da Coreia do Sul.
Leitura altamente recomendada para quem é maior de 18 anos e tenha estômago forte.
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“Memórias de um freixo”, publicado pela Conrad, está em promoção na Amazon:
Adaptado de um livro do escritor coreano Choi Yong-tak, Memórias de um Freixo retrata um momento dramático e violento da história recente coreana conhecido como o “Massacre das Ligas Bodo”.
Durante o verão de 1950, logo no início da Guerra da Coreia, as autoridades sul-coreanas organizaram a eliminação de dezenas de milhares de civis, oponentes políticos declarados ou simples simpatizantes, por medo do contágio comunista. Esse massacre, realizado pelo exército e pela polícia sul-coreanos, deixou entre 100.000 e 200.000 mortos, incluindo mulheres e crianças. Posteriormente, o evento foi deliberadamente obscurecido pela história oficial da Coreia do Sul. Apenas na década de 1990 que valas comuns foram encontradas e alguns perpetradores do crime foram chamados a testemunhar.
Nesta história cujo narrador é uma árvore que habita um dos vales onde ocorreram os massacres, o autor mobiliza o leitor por meios gráficos excepcionais através de um conjunto de imagens de beleza sombria e marcante. Kun-woong Park é um autor virtuoso e comprometido, e faz um trabalho de longo prazo que visa exorcizar os erros dos governos coreanos desde a independência em 1945.
Aproveite para ver o livro “Memórias de um freixo“, no canal da Conrad Editora, no YouTube (se liga em 6 :39 no vídeo), como também aproveite para ver os demais quadrinhos que a editora vai publicar.
E aproveite para se inscrever no canal da Conrad:

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É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.