Herdeiras do Mar: Uma saga familiar marcada pela guerra e resiliência

Herdeiras do Mar, da autora Mary Lynn Bracht, publicado pela TAG livros inéditos em parceria com a Editora Paralela, é um romance histórico que tece uma narrativa envolvente e emocionante sobre a vida de duas irmãs coreanas, Hana e Emi, separadas pelas turbulências da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia.

Ambientado na Ilha de Jeju, na Coreia do Sul, o livro nos apresenta à tradição secular das haenyeo, mulheres mergulhadoras que desafiam as profundezas do mar para garantir o sustento de suas famílias. Hana e Emi, herdeiras dessa tradição, desenvolvem uma profunda ligação com o mar, aprendendo desde cedo a mergulhar e a coletar frutos do mar.

Em meio à colonização japonesa e à Segunda Guerra Mundial, Hana é brutalmente separada de sua família e forçada a se tornar uma “mulher de consolo”, sofrendo abusos e humilhações inimagináveis. Sua história é um retrato pungente da crueldade da guerra e da resiliência do espírito humano.

“A guerra é terrível, brutal e injusta e, quando termina, é necessário que haja pedidos de perdão, reparações, e que a experiência dos sobreviventes seja lembrada. É nosso dever educar as futuras gerações a respeito das terríveis e reais verdades cometidas durante guerras, não escondê-las ou fingir que nunca aconteceram. Devemos lembrá-las para que os erros do passado não se repitam.”

Herdeiras do mar

 

A história se alterna entre as perspectivas de Hana e Emi, revelando suas lutas individuais e a profunda conexão que as une. Hana, em meio ao sofrimento, encontra força na esperança de reencontrar sua irmã e na lembrança das tradições das haenyeo, as mulheres mergulhadoras da Ilha de Jeju. Emi, por sua vez, busca manter viva a memória de sua irmã e lutar por um futuro melhor para si mesma e para sua comunidade.

Com uma escrita sensível e meticulosa, Mary Lynn Bracht tece um retrato vívido e inesquecível da Coreia durante a guerra. Ela não apenas explora os horrores da guerra e da opressão, mas também celebra a força e a resiliência das mulheres, especialmente das haenyeo, que desafiaram as normas sociais e enfrentaram as adversidades com bravura.

Herdeiras do Mar é um livro importante e necessário, que contribui para a preservação da memória das “mulheres de consolo” e para a compreensão das consequências devastadoras da guerra. É uma leitura emocionante, inspiradora e inesquecível que ficará marcada na mente do leitor por muito tempo.

“Eu sou uma haenyeo. Como a minha mãe, e mãe antes dela, como a minha irmã será um dia, e suas filhas também… Eu nunca fui nada além de uma mulher do mar. Nem você nem qualquer outro homem pode me transformar em menos do que isso.”

LEIA TAMBÉM ESTA MATÉRIA:

Herdeiras do mar, está disponível na livraria Dois Pontos:

Herdeiras do mar

Coreia, 1943.

Hana viveu a vida inteira sob a ocupação japonesa. Uma haenyeo, mergulhadora do mar, ela aproveita uma certa independência que poucas coreanas ainda podem usufruir. Até o dia em que Hana salva sua irmã mais nova de um soldado japonês, e é capturada e transportada para a região da Manchúria.

Lá, ela é forçada a se tornar uma “mulher de conforto” em um bordel da base militar japonesa. Mas mulheres haenyeo são conhecidas por sua força. Ela vai tentar, a todo custo, encontrar o caminho para casa.

Em Haenyeo – a Força do Mar, documentarista Lygia Barbosa conta a história das Haenyeo, as mulheres do mar da Ilha de Jeju, na Coreia do Sul, por meio do olhar do premiado fotógrafo brasileiro Luciano Candisani.

Ao se deslocar em busca de suas fotografias, Candisani é seguido pelas câmeras da cineasta e compartilha com elas suas motivações criativas para a interpretação da história diante de suas lentes. O resultado é um filme raro, no qual duas linguagens de tempos diferentes, o cinema e a fotografia, se complementam em favor de uma narrativa comovente sobre um tema intrigante.

Corajosas, as Haenyeo mantêm uma tradição secular: mergulham utilizando apenas o ar de seus pulmões, a fim de colher produtos marinhos. É assim que ganham dinheiro para criar seus filhos e sustentar suas famílias, sem causar danos ao meio ambiente. A cultura das Haenyeo, reconhecida pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade, está em declínio.

Mais de 80% das mergulhadoras têm entre 65 e 90 anos de idade e atualmente quase não há jovens ingressando na atividade. Candisani, que também tem uma ligação visceral com o oceano e há anos pesquisa populações tradicionais que extraem do mar o sustento, interage com as senhoras dentro e fora d’água e, aos poucos, constrói um ensaio fotográfico de rara beleza sobre o inusitado modo de vida dessas mulheres. 

O filme e o ensaio fotográfico contam, com muita poesia visual, temas universais, como tradição, cultura, longevidade, pertencimento, sustentabilidade e a força da mulher. Haenyeo – A Força do Mar estreou no dia internacional da mulher, 8 de março de 2018, simultaneamente no National Geographic Chanel e na TV Cultura.

Assista ao documentário que retrata a realidade contida nas páginas do livro Herdeiras do Mar.
Disponível no canal do fotógrafo Luciano Candisani,
no YouTube:

ANTES DE IR, NÃO DEIXE DE LER ESTA RESENHA:

Comentários

Fazer amigos na era da solidão

Fazer amigos na era da solidão

“Fazer amigos na era da solidão”, escrito pelo palestrante motivacional e especialista Adam Smiley Poswolsky, publicado pela Editora Nacional, apresenta um guia otimista para fazer e manter conexões reais com pessoas que se tornarão amigos para o resto de sua vida.

Daniel Moraes

Daniel Moraes

Fundador do Portal Irmãos Livreiros

Escritor, editor, jornalista, comunicólogo e bookaholic assumido, criou do portal Irmãos Livreiros onde mantém atualizado com as novidades do mercado editorial.