A doença e o tempo, AIDS, uma história de todos nós: oferece um panorama histórico e cultural sobre a epidemia de AIDS.
Em A doença e o tempo: AIDS, uma história de todos nós, o premiado ensaísta e filósofo Eduardo Jardim (vencedor do Prêmio Jabuti 2016 Livro do Ano não Ficção), publicado pela editora Bazar do Tempo, nos presenteia com um ensaio de profunda lucidez e sensibilidade. O livro transcende a crônica médica, abordando o tema da AIDS através do tempo e analisando as amplas reverberações culturais, sociais e políticas que dela decorreram.
Jardim parte do princípio filosófico de que toda experiência, para ser plenamente assimilada, precisa ser narrada. O autor empreende uma investigação detalhada sobre a jornada do vírus HIV, desde seu surgimento na África até sua chegada ao Brasil, acompanhando suas repercussões globais a partir do momento em que a AIDS se tornou uma epidemia global alterando de forma incontornável as relações e os comportamentos sociais.
O ensaio se estrutura em três capítulos, onde Jardim estabelece um diálogo fértil com obras e autores que trataram do tema e de seus contextos, como Susan Sontag, Joseph Conrad e Octavio Paz.
Com uma abordagem ensaística, e em certos momentos até mesmo pessoal, o autor examina a evolução da epidemia no Brasil. Segundo a sua visão, essa expansão teve três desdobramentos notáveis:
“Inicialmente a doença atingiu, sobretudo, homossexuais masculinos das classes média e alta, e moradores dos centros urbanos. Em seguida, houve a feminização da doença. As mulheres passaram a ser cada vez mais atingidas, especialmente a partir da década de 1990.”
Apesar do tema ainda estar atrelado a preconceitos, angústia e medo, Jardim oferece uma perspectiva humanista e universal.
“O drama da aids não se confina em nenhum gueto. Ele não é condicionado por nenhuma geografia. As perguntas que a aids suscita dizem respeito a todos os homens e se referem precisamente a nossa mortalidade. Ao perseguir uma resposta para elas vislumbra-se a possibilidade de se reconsiderar o valor da vida.”
O livro culmina em um questionamento sobre o presente, marcado pela “desdramatização” da AIDS, que se tornou uma doença crônica para muitos. Contudo, o aumento significativo do contágio pelo HIV, sobretudo entre os jovens, levanta uma questão crucial: as perguntas que fizemos no início da epidemia ainda fazem sentido para as novas gerações, para quem viverá com a doença?
Este livro é indicado para leitores de ensaios filosóficos e história da cultura, por ser ideal para quem busca uma análise profunda sobre como uma doença redefine a sociedade, bem como, para estudantes e profissionais de Saúde Pública, Sociologia e Artes, pois, oferece um panorama histórico e cultural sobre a epidemia de AIDS.
Vale a pena ler A doença e o tempo: AIDS, uma história de todos nós, porque Eduardo Jardim transforma a história da AIDS em uma poderosa reflexão sobre a humanidade. É uma obra que, com lucidez e sensibilidade, resgata o significado dos acontecimentos e nos convida a reavaliar o valor da vida, provando que a literatura tem o poder de fazer do mundo nossa morada, mesmo diante do trauma e da doença.
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Com uma abordagem ensaística e, em certos momentos, até mesmo pessoal, o livro nos convida a uma profunda reflexão e análise sobre um tema até hoje ainda muito atrelado a preconceitos e sentimentos tais como angústia e medo, porém:
O drama da aids não se confina em nenhum gueto. Ele não é condicionado por nenhuma geografia. As perguntas que a AIDS suscita dizem respeito a todos os homens e referem-se precisamente a nossa mortalidade. Ao perseguir uma resposta para elas vislumbra-se a possibilidade de se reconsiderar o valor da vida.
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