“Diante do fascismo“, escrito por Paulo Roberto Pires, publicado pela Tinta da China Brasil, reúne crônicas, por vezes ácidas, porém, realistas, de um país à beira do abismo.
Editor da Serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, Paulo Roberto, retrata, através de suas crônicas datadas, o sentimento de uma país em decadência.
Sendo mais específico, o Brasil de Bolsonaro.
Tratando-se de um livro de crônicas, Paulo Roberto não poupa palavras em seus textos. Não suaviza, muito menos minimiza a acidez das palavras. Fala sem pudor.
“O país estava dividido. A esquerda decididamente mão havia caminhado para seu extremo, mantendo intacto os princípios do capitalismo de mercado. Mas a direita, sim, radicalizou-se com força e com vontade, reagindo assim à crise econômica e às políticas inclusivas a que atribui suas dificuldades.”
A obra reúne crônicas – que se mescla com ensaios – em que o autor trazia na revista Época até maio de 2019. Após desta data, continuou escrevendo para a revista Quatro Cinco Um. E mesmo tendo mudado de veículo a qualidade das crônicas, permaneceu.
Do início ao fim, o livro é voltado para as possíveis práticas do fascismo que assola o país e leva uma grande fatia da direita extremista a acreditar que o atual governo de Bolsonaro vai mudar o rumo da história no país. Infelizmente não.
Em uma das crônicas, o autor, faz um comparativo com a ditadura de 1964 e a posição do governo de 2022 e a consequência que regou o bolsonarismo:
“Mesmo com mobilização cerrada, a ditadura só se intensificaria, com mais prisões, torturas, mortes e exílios.”
“Se o bolsonarismo ainda não rivaliza com a ditadura militar em número de assassinatos pelo Estado, com ela se ombreia no projeto de controle total do poder, na fundadora aversão à liberdade, na disseminação do preconceituoso, na consagração do moralismo hipócrita.”
“Diante do fascismo” é um livro que vai além da narrativa de esquerda. Mas sim, uma obra que deseja a extinção do poder autocrata, do autoritarismo, e claro, do fim daquilo que mais atrapalha a democracia do país: o fascismo erradicado.
Altamente recomendado!
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“Diante do fascismo“, está disponível na Amazon, nas principais livrarias e, e-commerces do país.
O jornalista e editor Paulo Roberto Pires observa nestas 34 crônicas publicadas em sua coluna nas revistas Época e Quatro Cinco Um, a ascensão de Bolsonaro à Presidência da República e a implantação de sua política de perseguição às artes, à universidade, ao jornalismo e aos direitos humanos.
A partir de episódios do dia a dia do governo, como a nomeação de Regina Duarte (“a noivinha do Brasil fascista”) para a Secretaria Especial de Cultura, Pires mostra como a autoproclamada isenção de intelectuais, jornalistas, políticos e outras figuras do debate público ajudou na instauração de um fascismo à brasileira.
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Em entrevista com o escritor e jornalista Paulo Roberto Pires, no “20 minutos” onde falou sobre a conivência de intelectuais brasileiros no processo de ascensão neofascista que levou à eleição de Jair Bolsonaro.
Seriam os intelectuais adversativos, como ele denomina na coletânea de crônicas jornalísticas Diante do Fascismo – Crônicas de um País à Beira do Abismo, recém-lançada pela Tinta da China Brasil.
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DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.