Um levantamento apresentado pelo Publishnews, mostrou que a II Feira do Livro da Unesp movimentou aproximadamente R$ 3,2 milhões em vendas durante seus cinco dias de duração, de 10 a 14 de abril deste ano de 2019, e atraiu mais de 28 mil pessoas ao campus da Unesp em São Paulo, na Barra Funda, zona oeste da cidade. Nesta edição, o espaço de atividades mais que dobrou e os visitantes contaram com mais de 160 editoras participantes, vendendo seus títulos com no mínimo 50% de desconto.
O evento contou com promoção e realização da Universidade Estadual Paulista e da Fundação Editora da Unesp, além do apoio do Instituto de Artes da Unesp, do Instituto de Física Teórica da Unesp, da Universidade do Livro, da Revista Quatro Cinco Um, da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), da Cielo e da gráfica Mundial. A assessoria de eventos ficou a cargo da RPS Eventos.
CONFIRA OS NÚMEROS DE APURAÇÃO DA II FEIRA DO LIVRO DA UNESP
- Público visitante: 28 mil pessoas
- Movimentação financeira: R$ 3,2 milhões em negócios
- Área total do evento: 3 mil m² de área coberta e ocupada
- Editoras presentes: 265 editoras/selos comerciais representados direta e indiretamente
- Títulos expostos: 15 mil títulos
- Livros comercializados: aproximadamente 114 mil exemplares.
De lá, trouxe alguns livros que valem a pena ser indicados. Confira:
1968: O ANO QUE NÃO TERMINOU
50 anos de rebeldia, 30 anos de um livro clássico. Edição especial com prefácio inédito do autor e caderno de fotos.Neste clássico da não ficção nacional que já vendeu mais de 300 mil exemplares, o jornalista e romancista Zuenir Ventura conta, com a urgência das grandes reportagens e com a sofisticação da alta literatura, como transcorreu no Brasil o ano que, através do mundo, iria se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema.
O famoso Maio de 1968 começou com dois meses de antecedência no Brasil. Mais precisamente em 28 de março, quando a PM invadiu o restaurante estudantil Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, e matou Edson Luis Lima Souto, de 18 anos, com um tiro à queima-roupa no peito. A reação da sociedade civil à truculência da ditadura militar, no enterro acompanhado por 50 mil pessoas e na famosa Passeata dos Cem Mil, realizada em junho, estabeleceu a rota de colisão que culminaria com a decretação do nefando Ato Institucional nº 5 no dia 13 de dezembro daquele ano tornado mitológico.A partir dali, não haveria mais a encenação de democracia que vigorara desde o golpe de 1964: o governo do general Arthur da Costa e Silva deteria nas mãos todos os poderes e não se furtaria a usá-los, fosse cassando, exilando, prendendo ou até matando de forma clandestina.
Vinte e um anos se passariam até que um presidente civil eleito democraticamente chegasse ao Palácio do Planalto – Fernando Collor de Mello, que também democraticamente, em 1992, seria impedido de governar pelo Congresso, acusado de corrupção – e a normalidade fosse restaurada na vida nacional.
REVOLUCIONÁRIOS
Aclamado livro de Eric J. Hobsbawn, autor da trilogia formada por A Era das Revoluções, A Era dos Impérios e A Era do Capital O livro reúne textos acerca do conceito e das práticas revolucionárias do século XX como instrumentos de mudança social. Ao abordar os movimentos operários, o marxismo, os partidos comunistas, o anarquismo (com ênfase especial ao anarquismo na Espanha), maio de 1968 entre outras manifestações, Hobsbawn apresenta textos fundamentais para compreender os preceitos e também os mitos a respeito de tais formas de esquerda. Um livro esclarecedor e de fundamental importância para os leitores do séc XXI.
À SOMBRA DO MEU IRMÃO
À sombra do meu irmão: as marcas do nazismo e do pós-guerra na história de uma família alemã vendeu mais de 250.000 exemplares apenas em seu país de origem, e foi traduzido e publicado nos Estados Unidos, Inglaterra e Espanha.
Karl-Heinz morreu na Ucrânia aos 19 anos de idade combatendo por uma divisão da SS nazista, em 1943, após se alistar voluntariamente alguns anos antes. Uma vida tão curta como a de Karl – irmão mais velho de Uwe, filho exemplar da família Timm, entretanto, deixaria marcas profundas e teria um efeito duradouro.
Usando como matéria-prima um diário escrito a lápis pelo irmão no front, suas próprias lembranças e a trajetória familiar, Uwe Timm constrói um mosaico peculiar de registros documentais, memórias afetivas, sentimentos e reflexões que buscam responder suas próprias dúvidas: quem era esse irmão? Por que se alistou? Foi obrigado a matar? Realmente não tinha opção? Como se pode errar tanto assim? Por que todos fecham os olhos e se calam?
Com uma prosa envolvente e direta, sem preocupação com o embelezamento, o autor não defende teses, não aponta o dedo, não justifica escolhas: ele tão somente expõe. E o que vemos exposto é ao mesmo tempo o drama de uma família e de todas elas, um retrato testemunhal da vivência do período nazista e do pós-guerra na Alemanha. Íntimo, sensível, corajoso, potente, este livro mostra por que Uwe Timm está entre escritores contemporâneos mais importantes da Alemanha.
A DESCOBERTA DE CURRYWURST
Movido pela curiosidade acerca das origens da currywurst, um prato tipicamente alemão – a despeito do tempero indiano –, o narrador desta trama revisita a região onde passou parte de sua infância e a banquinha de lanches do bairro onde tantas vezes se alimentou. Seguindo os ecos de sua memória e os boatos que apontavam a mulher da barraquinha como a inventora da inusitada combinação de sabores, o narrador chega a um asilo em Hamburgo.
Lena Brücker tem muito a contar, sem dúvida, mas ela não tem nenhum interesse em chegar rápido ao final da história. Feliz com a companhia do entrevistador, Lena começa o relato a partir do momento em que conheceu um soldado alemão. Ela deu abrigo a ele, transformou-o em desertor de guerra e seu amante.
Enquanto tricota um blusão de lã, Lena reconstrói a atmosfera de um país ocupado, à espera do colapso iminente, e revive a sucessão de fatos que levaram à descoberta do prato que viria a se tornar um símbolo da nova Alemanha. Este caminho perpassa a solidão de quem vê a família inteira ir para o front, os improvisos que possibilitam a sobrevivência em tempos de guerra, a constante vigilância do regime nazista e a breve obsessão que o soldado muito mais jovem causou nela.
Neste livro em que a Segunda Guerra Mundial é pano de fundo e ponto de origem de todos os conflitos, Uwe Timm traz uma história que mistura sensibilidade e dureza em iguais medidas, e mostra como a guerra é capaz de embrutecer qualquer ser humano, mas nem sempre consegue derrotar o espírito.
OS MENINOS QUE ENGANAVAM NAZISTAS
Paris, 1941. O país é ocupado pelo exército nazista e o medo invade as casas e as ruas francesas. O poder de Hitler se mostra absoluto e brutal na França… É durante um dos períodos mais turbulentos da História que a emocionante narrativa de Joseph e Maurice se desenrola. Irmãos judeus de 10 e 12 anos de idade, eles perambulam sozinhos pelas estradas, vivendo experiências surpreendentes, tentando escapar da morte e em busca da zona livre para ganhar a liberdade.
Essa é uma história real, autobiográfica, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da humanidade e da empatia nos momentos mais sombrios, quando o perigo está sempre à espreita… Os meninos que enganavam nazistas conta a fantástica e emocionante epopeia de duas crianças judias durante a ocupação, narrada por Joseph, o mais jovem.
A CELA ENORME
A Cela Enorme é um romance autobiográfico que relata as experiências do poeta e artista plástico E. E. Cummings como prisioneiro durante a Primeira Guerra Mundial, quando foi enviado a um campo de concentração na França. O jovem Cummings descreve suas aventuras em meio a personagens exóticos – entre oficiais, prisioneiros e tipos mundanos – que ele conhece durante os meses de prisão. Trata-se de um romance que reflete em profundidade o espírito do modernismo, aqui descortinado por um dos poetas mais inventivos do século XX.
OS MORTOS PERMANECEM JOVENS
Esta obra apresenta um panorama histórico do que foi a Alemanha durante o terror do 3º Reich. Toda uma gama de atitudes humanas aflora em meio da guerra retratando o da população civil. Uma história narrada a partir de diferentes pontos de vista: do nazista mantido armado pela socialdemocracia para combater o advento do povo; do indiferente; do militante da resistência; das pessoas simples sobreviventes à procura de um olhar de uma mão de uma palavra.
A SUCESSORA
A sucessora une prosa intimista e psicológica ao dar voz a uma protagonista feminina: Marina, jovem criada na fazenda que se casa com o viúvo Roberto Steen. Ao mudar-se para a mansão dele, no Rio de Janeiro, Marina se depara com o retrato de Alice, a falecida esposa, e passa a sentir a presença dela. Num ambiente em que muitos a comparam à primeira Madame Steen, seu amor por Roberto resistirá ao fantasma de uma mulher tão especial? Por que ler este livro?
Carolina Nabuco foi uma das primeiras mulheres brasileiras a atuar como escritora. Foi publicado pela primeira vez em 1934. Em 1941, com o Oscar de melhor filme para Rebecca, a mulher inesquecível, do diretor Alfred Hitchcock, um debate internacional teve início: o romance que inspirou o filme, da inglesa Daphne du Maurier, publicado em 1938, teria sido plágio de A sucessora.
RIBOLÓPOLIS
Conheça Ribolópolis, uma escola como nenhuma outra: situada em uma mansão caindo aos pedaços, tem um diretor cujas ideias são pra lá de malucas. Mas os alunos também não são fl or que se cheire, como a incendiária e o filho do gângster. Dentro dessa rotina nada convencional, tudo muda quando um deles descobre um grande segredo que se esconde no subterrâneo de Ribolópolis.
OS 101 DÁLMATAS
Conhecida e renomada pelo filme da Disney, Os 101 dálmatas é uma história clássica de 1956 que ainda tem muito a contar. A aventura se inicia quando os dálmatas Pongo e Missis – cachorros dos humanos de estimação sr. e sra. Clemente – partem em busca de seus filhotes perdidos. Enquanto o sr. Clemente anuncia o desparecimento em jornais e acalma a esposa e as duas babás, Pongo fareja o sequestro de seus filhotes. Astuto, ele suspeita de Cruella DeMonyo.
Nessa história, a habilidade, a lealdade e a amizade caninas dão provas de que não só os humanos são racionais.
DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.