2022 chegou ao fim. E antes de iniciar 2023, tudo se renova, tal como a lista de livros que serão lidos, não antes sem saber quais foram as grandes leituras que se tornaram obras memoráveis lidas neste ano.
Após fazer um balanço através do Skoob, li bem menos que o ano anterior: totalizaram 86 livros que agregaram valor e tornaram-se referência. Assim sendo, segue lista com as obras extraordinárias e gêneros distintos tais como, drama, thriller, biografias, ensaios, enfim, diversos gêneros.
Antes, porém, apresento meu livro “Bodas de Papel“, publicado pela Editora Rouxinol:
Bodas de Papel, nos apresenta Michelle, jovem universitária concentrada nos estudos e determinada a ter brilhante carreira profissional.
Mas, toda determinação da jovem não bastou e ela se rendeu à paixão: Michael, jovem sedutor, cruza o seu caminho, revelando a ela amores intensos.
No entanto, a vida de Michelle irá se transformar completamente ao ser diagnosticada com duas situações distintas e um tanto quanto embaraçosas; e toda sua estrutura poderá ruir.
Embarque na leitura emocionante, repleto de sensualidade e dramas; um estímulo aos apaixonados pela vida e pela experiência intensa de se viver um grande amor.
Confira a lista com os 15 melhores livros de 2022:
Vinte anos após o grande mal que se estendeu sobre a Terra, sem qualquer controle, envolvendo pessoas, empresas e o fluxo de informações, a maioria da população não sobreviveu. Migraremos para as colônias interplanetárias ou permaneceremos numa Terra decadente e dizimada?
Como descrever o mundo reiniciado? O que é sobreviver após a destruição? Alianças, confiança, ameaças, segurança, tudo está abalado. O que é bom ou mau? O que pode mudar para sempre a percepção da realidade?
Desfrutaremos de um mundo melhorado? Ou afundaremos ainda mais devido aos erros dos laboratórios bioquímicos clandestinos?
Rastreamento e identificação por meio de implantes definirão quem está curado? Novas normas de comportamento serão adotadas e, devido ao contágio, desenvolveremos máquinas interligadas, autômatas, superinteligentes e aptas a tomar de[1]cisões que podem afetar todos nós? Inteligências Artificiais atingirão a autoconsciência para moderar e assombrar o ciberespaço?
Essas são as perguntas que chicoteiam nossa mente nos dias atuais. Este é o Ano Zero? Definitivamente SIM.
Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora.
Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.
“Evelyn Hugo faz Elizabeth Taylor parecer sem graça. Você vai rir com ela, chorar, sofrer, e então voltar para a primeira página e fazer tudo de novo.” ― Heather Cocks e Jessica Morgan, autoras de The Royal We
Elza é a aguardadíssima biografia oficial e definitiva de uma das maiores cantoras de todos os tempos e ícone cultural brasileiro. Zeca Camargo narra a história de Elza Soares, da infância pobre ao sucesso, consagrada em discos que marcaram a música brasileira e, mais recentemente, nos ovacionados e premiados A mulher do fim do mundo e Deus é mulher.
Nas palavras de Zeca: “Esta é a versão final, definitiva, contada por ela. Elaborada por mim, mas a matéria-prima é a memória da Elza – e isso é muito, muito fascinante. É como um mergulho nessa vida maravilhosa e nessa trajetória incrível.”
Com coordenação de conteúdo de Juliano Almeida e Pedro Loureiro, o livro foi construído a partir de muita pesquisa do autor e ao longo de dezenas e dezenas de encontros entre Elza e Zeca no apartamento da autora, no Rio de Janeiro. Foram momentos de conversas deliciosas e uma interação fantástica, transpostas em livro num texto ágil e revelador que funciona como um passeio pelas lembranças de uma de nossas maiores artistas.
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.
“Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.
“E tinha muito mais: atônitos, descobrimos que nos arquivos federais em Berlim está guardado um documento antes secreto, com o título “Guayana-Projekt”, no qual o especialista em Amazônia e Untersturmführer da SS, Schulz-Kampfhenkel, recomenda explicitamente a invasão e a conquista da Guiana Francesa. Para ele, não era aceitável que a Inglaterra tivesse a Guiana, com sua capital Georgetown; que a Holanda fosse dona do Suriname; nem que os franceses possuíssem a Guiana Francesa, com sua capital Caiena, enquanto a Alemanha não tinha nenhuma base naquela região tão estratégica e rica em minerais.
“A tomada das Guianas é uma questão de primeira importância por razões político-estratégicas e coloniais”, afirma ele. Em carta ao Reichsführer da SS, Heinrich Himmler, de 26 de abril 1940, Kampfhenkel dá ainda a receita para a fácil conquista daqueles territórios: a aliança com os indígenas e o aproveitamento das boas relações com o Brasil, cujo presidente, Getúlio Vargas, segundo ele, seria admirador de Hitler e de Mussolini.”
Licco Razan é um velho vivido que quer contar a sua história para que a família entenda toda uma trajetória que começou na distante Bulgária, passou pela Turquia e foi se enraizar na Amazônia. Minev, um imigrante, que foi exilado político na Bélgica, antes de vir para o Brasil e sentiu na pele a ação terrível de um regime totalitário e as dificuldades de fazer sua uma terra com hábitos e costumes tão diferentes, utiliza-se de uma mistura elementos históricos com uma narrativa muito rica e fluida para criar Onde estão as flores?
Está é uma leitura traça um panorama histórico da Europa, contando o até então inédito salvamento dos 50 mil judeus búlgaros, dando detalhes do fluxo migratório dos judeus para a pouco habitada Região Norte do país, e defendendo sem fazer ideologismo um mundo sem guerras. Seu título é inspirado na canção “Where have all the flowers gone?”, eternizada por Marlene Dietrich e que virou uma espécie de hino contra as guerras.
No início dos anos 1990, o “búlgaro-brasileiro” Oleg Hazan e sua esposa Alice, que tinha “os olhos verdes da jaguatirica selvagem”, partem para um programa turístico de final de semana na praia do lago Caracaranã. O misterioso Monte Roraima, para o qual Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, imaginou uma expedição em O mundo perdido, não fica muito distante dali.
Na impossibilidade de dormir nas pousadas próximas ao lago, o casal vai até à cidade mais próxima, Normandia, onde conhecem Antônio Costa, dono da fazenda Santa Virgínia, localizada às margens do rio Surumu. A partir deste início aparentemente despretensioso, Ilko Minev entrelaça em Na sombra do mundo perdido, com invejável fôlego ficcional, a história das famílias Costa e Hazan ao longo de duas décadas. O pano de fundo é a batalha jurídica (e policial) da demarcação contínua da reserva indígena Raposa da Serra do Sol em Roraima e os violentos confrontos entre índios e colonos que ocorreram neste período.
Mas as raízes búlgaro-judaicas de Minev não permitem que este livro seja simplesmente uma trama regionalista, “amazônica”.
O destemido cosmopolitismo do narrador Oleg Hazan, de tintas autobiográficas, nos apresenta de modo igualmente afetuoso tanto a montanha Vitosha, da sua Sofia natal, quanto o amarelecido lavrado de Roraima, onde selvagens cavalos lavradeiros pastam o capim “fura-bucho”.
Com o intuito de homenagear os habitantes da região amazônica e de preservar a história local, A filha dos rios descreve com detalhes a paisagem do mundo onde moram portugueses, italianos, espanhóis, árabes e judeus que desbravaram aquele território imenso desde o primeiro ciclo da borracha.
A obra se passa na segunda metade do século XX, e acompanhamos Maria, uma jovem de 16 anos e olhos verdes que se vê levada de Igarapó Mirim por Adriano, a pedido de sua mãe, Eulalia. Descendo pelo Rio Purus, eles chegam a Surara, onde se instalam. É lá que Maria aprende a cozinhar e que o amor entre ela e Adriano aflora. Maria e Adriano seguem viagem até Manaus, onde conhecem Benjamim Melul e sua esposa Nina e, juntos, partem para Quatro Ases, um seringal na fronteira do Brasil com a Bolívia.
Após 5 anos, quando decidem se mudar, o grupo é pego por um surto de febre amarela e apenas Maria e três crianças sobrevivem. Determinada a educar seus dois filhos e Alice, a filha do casal de amigos, Maria trabalha como cozinheira, em uma boate e na draga de prospecção de ouro de Oleg Hazan, um jovem judeu búlgaro.
Considerada por muita gente como o “mal do século”, a ansiedade é um dos temas mais discutidos na mídia e em sessões de terapia. Vista como uma angústia cujos efeitos são nocivos em sua maioria, ela é temida, evitada e maldita. Mas será que a ansiedade é realmente tão maléfica como a pintam?
Trazendo exemplos do cotidiano e pensamentos de estudiosos que se debruçaram sobre o assunto, aliados à sua ampla experiência no consultório clínico, a psicóloga Blenda Marcelletti de Oliveira faz um panorama histórico e filosófico da ansiedade para mostrar que ela não só pode ser benéfica como é necessária e, sobretudo, um sentimento do qual não podemos ― nem devemos ― escapar. A pressão para parecermos sempre felizes nas redes sociais, a dificuldade em lidar com as imperfeições do amor e a luta para encontrar a vocação profissional são alguns dos tópicos discutidos por ela neste livro.
Embora sua intenção não seja adentrar nos campos da medicina ou psiquiatria, em Fazendo as pazes com a ansiedade Blenda nos ajuda a entender a fronteira entre uma ansiedade natural, intrínseca ao ser humano, e outra mais patológica, capaz de nos tornar disfuncionais mesmo nas atividades mais cotidianas.
Stacey Abrams, autora do best-seller Você pode fazer a diferença, traça um plano para acabar com a exclusão de eleitores e empoderar cidadãs e cidadãos. Ativista política engajada em votações justas, Abrams narra um relato arrepiante de como o direito ao voto e o princípio da democracia foram e continuam sendo atacados. Abrams teria sido a primeira governadora afro-americana, mas sofreu esses efeitos na pele, apesar de ter disputado a corrida mais inovadora da política moderna como candidata democrata na Geórgia. Abrams não venceu, mas saiu vitoriosa.
Neste livro, ela defende a importância de proteções robustas aos eleitores, da promoção de políticas de identidade, do engajamento no censo e da recuperação de uma liderança moral internacional. Nossa hora é agora traz uma minuciosa pesquisa de organizações e especialistas, combinadas com histórias de sua vida e de pessoas que lutaram ao longo da história pelo poder de ter uma voz. As apostas não poderiam ser mais altas. Aqui elas aparecem como propostas concretas e inspiração para defender quem somos.
O nível do mar subiu, alagando a Zona Sul do Rio. A elite expulsou os moradores dos morros para dar lugar aos novos bairros. Aos mais pobres, restou invadir os prédios alagados, criando ali as novas favelas. Neste Brasil, Zias vai encontrar seu destino.
Criado no exílio pela mãe, ele acaba órfão, vivendo nas ruas de Lisboa em meio ao crime, às drogas e ao vício digital. Um dia, ele recebe a revelação de que seu pai estaria vivo e somente o filho poderia salvá-lo. Zias parte para o Rio e se descobre “escolhido” para assumir a igreja evangélica liderada por seu pai. Durante a jornada de Zias para cumprir a profecia paterna, vemos um Rio onde a Milícia convertida foi legalizada, uma nova droga assola as igrejas e onde trabalhadores de aplicativo fazem qualquer coisa por alguns trocados. Um Brasil em que Estado e religião se fundiram sob a bênção da democracia em um cenário incomodamente real.
Em seu romance de estreia, Everton Behenck nos leva a questionar quão distante estamos da realidade desta ficção especulativa.
Antônia Vasquez mora numa ladeira de Santa Tereza e ultimamente sua vida parece acompanhar o movimento que ela faz todos os dias ao sair de casa: uma descida íngreme. Ela se desdobra em mil para pagar a faculdade, dar conta dos estudos, cruzar a cidade de uma ponta à outra para ir ao trabalho e, ainda por cima, tomar conta de dona Fifi, sua avó, que está apresentando os primeiros sintomas de Alzheimer.
Como se não bastasse, um dia, em meio aos tantos transportes públicos que utiliza, ela dá o azar de pegar o mesmo que Gregório, seu ex-melhor amigo. E, pior ainda, acaba desenvolvendo um crush nele. Não existe espaço para uma paixonite na rotina de Antônia. Mas como explicar isso para o coração?
Em seu estilo de escrita inconfundível, Aimee Oliveira nos surpreende com uma história emocionante e cheia de reflexões que trata um tema pesado de maneira sensível e com deliciosas pitadas de romance.
Aimée de Jongh, um dos mais brilhantes novos talentos europeus, lança TÁXI!, sua primeira graphic novel autobiográfica. De Jongh relata quatro viagens de táxi notáveis e reais em quatro cidades diferentes: Los Angeles, Paris, Jacarta e Washington, D.C. Apesar das incríveis paisagens pelas quais passa, de Jong percebe que está mais interessada nos motoristas e suas histórias.
Enquanto eles se abrem lentamente sobre suas vidas, de Jongh faz o mesmo – ainda que isso signifique deixar de lado seus próprios preconceitos e crenças. Através desses momentos vulneráveis e especialmente bem-humorados, de Jongh consegue encontrar semelhanças surpreendentes com as pessoas que a levam ao seu destino. Uma homenagem especial aos taxistas de todo o mundo.
Quarenta mulheres estão presas em uma jaula coletiva em um porão, sob a vigilância de guardas que permanecem sempre em silêncio. Um dia, misteriosamente, uma sirene soa, os guardas fogem e as grades se abrem.
Entre as prisioneiras, está uma menina sem nome que só conhece a vida lá fora através de lembranças que as outras mulheres aceitam compartilhar. É ela que conduz as demais prisioneiras em fuga, apenas para encontrarem um lugar inóspito e desconhecido.
Agora, contando apenas umas com as outras, elas terão que reaprender a viver e enfrentar outro desafio: a liberdade absoluta.
Palestina, 1990. Isra, de dezessete anos, prefere ler livros a se encontrar com os pretendentes que seu pai escolheu para ela. Mas seus desejos são irrelevantes – em breve, a menina ingênua e sonhadora estará prometida, casada e morando no Brooklyn. Ali, Isra luta para se adaptar às expectativas de sua sogra opressiva, Fareeda, e de seu estranho novo marido, Adam. A pressão se intensifica quando ela começa a ter filhos – aliás, filhas, quatro!
Brooklyn, 2008. Por insistência de sua avó, Deya, de dezoito anos, deve se reunir com seus pretendentes e se preparar para o casamento, embora seu único desejo seja ir para a faculdade. Sua avó é inflexível, pensa que a única maneira de garantir um futuro digno para Deya é através do casamento com o homem certo. Mas o destino tem vontade própria, e logo Deya se encontrará em um caminho inesperado, imerso por revelações que a forçarão a questionar tudo o que ela achava que sabia sobre sua família, o passado e seu próprio futuro.
Uma mulher não é um homem é uma história que dá voz aos gritos reprimidos… É sobre a família e as formas como o silêncio e a vergonha podem destruir aqueles que juramos proteger.
DANIEL MORAES, escritor, editor, influencer, jornalista e assessor de imprensa e bookaholic assumido, criou o site Irmãos Livreiros onde mantem atualizado com as novidades do mercado editorial.
É autor do livro Bodas de Papel publicado pela Editora Rouxinol, e a convite da Lura Editorial foi curador das antologias O Canto dos Contos e Contos de Natal. Neste ano de 2019, assumiu a organização da antologia O Canto dos Contos – primavera e a nova antologia Contos de Natal.